quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Gilmar Mendes Sobre Procuradores da Lava Jato: “O Cemitério Está Cheio Desses Heróis“

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF),  afirmou que “é preciso colocar freios” na atuação de procuradores da República. Apesar de não ter citado nomes, ele se referiu diretamente aos procuradores da Operação Lava Jato, de acordo com informações do jornal O Estado de S.Paulo.
Mendes se mostrou indignado com o que classifica de vazamento de informações sobre a delação do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro.
A fala de Mendes é a manisfestação mais contundente feita por um membro da Corte máxima contra os procuradores.
Segundo a revista Veja, o empreiteiro teria revelado detalhes de uma obra feita pela OAS (empresa investigada na operação) na residência do ministro do STF Dias Toffoli, ex-advogado do PT e amigo de Gilmar Mendes.
O ministro Mendes diz que o vazamento seria “acerto de contas” dos procuradores, pois Toffoli os supostamente teria contrariado ao mandar solar o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo e ‘fatiado’ a investigação sobre a senadora Gleisi Hoffman. “Quando você tem uma concentração de poderes você tende a isso, a que um dado segment, que detém esse poder, cometa abusos”, afirmou.
Gilmar Mendes ainda citou o caso do delegado Protógenes Queiroz, da Operação Satiagraha (deflagrada em 2008) que foi expulso da Polícia Federal por violação de sigilo funcional. “Isso lembra o nosso delegado herói que fazia interceptação telefônica sob o argumento de que agia com bons propósitos. Ora, espera aí. A autoridade se distingue do criminoso porque não comete crime, senão é criminoso também! Aí vira o Estado de Direito da barbárie”.  E continuou: “Isso não vai prosseguir assim, a gente tem instrumentos para se colocar freios. É preciso colocar freios nisso, nesse tipo de conduta. No caso específico do ministro Toffoli, provavelmente entrou na mira dos investigadores por uma decisão que os desagradou”. “Isso já ocorreu antes no Brasil. O cemitério está cheio desses heróis”. 
Mendes ainda disse que há uma falta de coordenação na Procuradoria. “Isso precisa ser colocado nos seus devidos termos. Vazamento tem em todo lugar. No caso do ministro Toffoli, a responsabilidade é clara da Procuradoria como um todo”. 

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