segunda-feira, 30 de março de 2015

Alta do Dólar Provoca Aumento dos Preços das Frutas Importadas. Pode Faltar Maça e Pêra

Muita gente não se importa com a alta do dólar, porque não tem negócios em dólar e por isso mesmo acredita estar imune ao impacto da alta da moeda americana em território brasileiro.

Ledo engano, todos nós sofremos impacto quase que imediato da desvalorização do real diante do dólar. Para perceber isso  não precisa ir longe, basta ir no supermercado ou até mesmo no mercadinho da esquina.

O preço das frutas têm registrado aumento considerável nos últimos dias devido a alta do dólar, que gira em torno de R$ 3,30. Isso porque algumas frutas são importadas.

Quando o dólar sobe de preço e o real desvaloriza, as exportações são beneficiadas. Em contrapartida, para o consumidor interno é negativo, porque traz produtos com custo maior.

André Watanabe - Presidente da UNIAP
 André Watanabe, presidente da União de Atacadistas e Produtores de Hortifrutigranjeiros do Estado de Goiás (UNIAP) é proprietário do Box “Frutas Especiais”, onde comercializa frutas nobres. André está preocupado não só com alta, mas até mesmo com um desabastecimento principalmente da Pêra e Maça argentina.

"Realmente, o impacto da alta do dólar é notório na comercialização das frutas importadas, no mercado da Ceasa-GO. E para a complicar ainda mais a situação, o Governo Federal, através do Ministério da Agricultura, proibiu temporariamente a importação da maçã, pera e marmelo da Argentina, por causa da praga "Cydia Pomonella", também conhecida como "Traça da maçã." Afirma André.


A suspensão dos produtos será válida até que o sistema argentino para mitigação de riscos seja reavaliado.

A ministra Kátia Abreu afirmou que todos os cuidados foram tomados. "Na questão de defesa sanitária e controle de pragas e doenças, o Brasil não pode transigir. A tolerância será zero, independentemente do parceiro comercial", afirmou.


A pasta informou, ainda, que no primeiro trimestre de 2015 interceptou a presença de insetos vivos de Cydia pomonella (traça da maçã) em 15 carregamentos de pera e maçã importados da Argentina.

"Uma auditoria oficial do Brasil no sistema de mitigação de risco da Argentina estava programada para o mês de março, mas, a pedido daquele país, foi postergada para abril. Recentemente, o governo argentino solicitou mais uma vez o adiamento da auditoria", informou o ministério.


O ministério disse também entender que é necessário manter a data anteriormente acordada para que seja possível inspecionar as plantas ainda no campo, considerando o período produtivo das lavouras.
O Ministério da Agricultura da Argentina informou que o atual comércio de maçãs, peras e marmelos da Argentina para o Brasil é coberto em um acordo bilateral fitossanitário, por meio de um programa que oferece garantias suficientes em matéria de proteção fitossanitária ao país vizinho", disse o ministério argentino.
O Brasil já havia ameaçado um bloqueio às importações de maçã argentina, caso o governo argentino não permitisse que técnicos brasileiros inspecionem áreas no país vizinho suspeitas de ter uma praga que ataca as macieiras, segundo fontes do governo brasileiro.
De acordo com a Argentina, auditorias realizadas por inspetores do Brasil neste programa têm dado resultados favoráveis, e o país levou em conta imediatamente e implementou soluções para todas as observações específicas feitas pelos auditores.
"A Argentina confirmou para 8 de abril a visita de inspeção dos auditores brasileiros em unidades de embalagem e pomares, sob o Sistema de Mitigação de Riscos de praga acordado por ambos os países", disse o Ministério da Agricultura.
De acordo com dados do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa), durante o ano de 2014 a Argentina exportou mais de 137 mil toneladas de peras e mais de 49 mil toneladas de maçãs certificadas para o Brasil.
Gerente da Divisão Técnica da Ceasa-GO, Josué Lopes
Para o gerente da Divisão Técnica da Ceasa-GO, Josué Lopes, além da alta dos preços, o mercado poderá sofrer com o desabastecimento destes produtos, principalmente, a pera importada da Argentina. De acordo com Josué, a Maça argentina já sofreu um aumento de 38% de janeiro até hoje. A Pêra da argentina aumentou na ordem de 20%.

Se o problema com a Argentina for resolvido, nos próximos 10 dias vai faltar pêra e maça no mercado brasileiro.

Em relação aos legumes e verduras, o mercado está mais sensível aos preços dos combustíveis, principalmente ao aumento do diesel. Para não repassar o aumento para os consumidores alguns atacadistas estão cortando custos, como é o caso de Dione Uto, da Comercial UTO, estabelecida no Ceasa-GO.

Dione afirma que teve que corta custo, para manter os preços no atacado, mas que em algum momento não vai dar para segurar e isso vai acabar sendo repassado para os comerciantes e consequentemente para o consumidor, principalmente se o diesel passar de R$3,00.

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