quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Recessão à vista na Economia Brasileira: Pior Agosto Em 18 Anos

As contas do governo entraram forte no vermelho em agosto. Segundo a Secretarial do Tesouro Nacional, as contas tiveram um déficit primário (despesas maiores que receitas, sem a inclusão de juros) de R$ 10,42 bilhões no mês passado – o pior resultado para meses de agosto desde o início da série histórica, em 1997.

Com o resultado ruim de agosto, a meta parcial do segundo quadrimestre, fixada em R$ 39 bilhões, ficou muito longe de ser atingida: pelo conceito abaixo da linha (que é utilizado como parâmetro para as metas fiscais) o superávit do governo nos oito primeiros meses deste ano somou R$ 3,1 bilhões – ou seja, valor que não representa nem mesmo 10% da meta fixada para o período.


Recursos extraordinários
O forte déficit primário, divulgado nesta teça-feira (30), foi registrado apesar da entrada, no mês passado, de R$ 7,13 bilhões em recursos extraordinários por conta do parcelamento de dívidas dos contribuintes com o governo federal, a primeira parcela do chamado Refis da Copa. Sem esses recursos, o déficit das contas públicas somaria quase R$ 18 bilhões em agosto.

O resultado das contas públicas em agosto deste ano, assim como nos últimos meses, foi influenciado pelo comportamento da arrecadação – que tem registrado fraco desempenho em 2014 por conta do baixo ritmo da atividade econômica. Ao mesmo tempo, os gastos públicos continuaram subindo bem acima da alta da receita.

Acumulado do ano
Nos oito primeiros meses deste ano, ainda segundo dados do Tesouro Nacional, as contas do governo registraram um superávit primário de R$ 4,67 bilhões. O superávit é a economia feita para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda.

Com isso, recuou 87,8% frente ao mesmo período do ano passado, quando o esforço fiscal somou R$ 38,41 bilhões. Foi o pior resultado para o período de janeiro a julho desde 1997, quando o superávit foi de R$ 4,59 bilhões.

O fraco desempenho das contas públicas até agosto torna muito difícil o atingimento da superávit primário estabelecida para todo este ano, que é de R$ 80,8 bilhões para o governo.

Segundo informou o Ministério da Fazenda, a Lei de Responsabildiade Fiscal (LRF) prevê que o governos tem que justificar eventual descumprimento parcial da meta e apresentar medidas corretivas, quando for o caso, para o Congresso Nacional.

Jornal O Globo

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