segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Prisão de Traficante Causa Escassez de Droga em Goiás


Titular da DENARC, Odair Soares, e delegado geral,
João Carlos Gorski, falam sobre operação
Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça para outras investigações da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) revelaram que falta pasta-base de cocaína no mercado goiano e que a droga ainda existente subiu muito de preço.


Este foi o primeiro reflexo da desarticulação da quadrilha que prendeu Marcelo Gomes de Oliveira, de 34 anos, detido em uma mansão de luxo em Brasília (DF) – conforme noticiado no dia 10 de maio. Ele é apontado como principal fornecedor da droga aos grandes traficantes de cocaína de Goiás e do Distrito Federal. “Trata-se, sem dúvida, da maior quadrilha em atuação na região de Goiás e do Distrito Federal. E foi um trabalho difícil, desenvolvido ao longo de quatro operações, que só foi possível concluir por meio de campanas, de acompanhamento direto e de monitoramento pessoal das articulações do grupo”, destacou o delegado Odair Soares, titular da Denarc.


Para se ter uma ideia, a quadrilha de Marcelo teria atuado em uma ano com quase dez toneladas de pasta-base de cocaína, que, se refinadas à qualidade média e vendidas no atacado a R$ 8 mil, renderiam 68 toneladas de cocaína pronta para uso, movimentando R$ 548,8 milhões. Ao todo teriam sido 18 carregamentos durante o período.


De acordo com o delegado Odair José, o que garantiu a existência da quadrilha durante cinco anos, no mínimo, foi o fato dela funcionar de forma extremamente profissional, com cada grupo fazendo um tipo de função.


“A quadrilha tinha uma compartimentação de informações que impedia que uma pessoa soubesse o que outra fazia, assim, quem entregava a droga no Distrito Federal, por exemplo, não sabia quando a droga ia chegar ou onde mais era distribuída”.


Marcelo comprava a pasta-base de cocaína diretamente dos produtores de coca na Bolívia e na Colômbia e vendia apenas a grandes traficantes de Goiás e do Distrito Federal. “Ele vendia entre 50 quilos e 200 quilos aos traficantes”.


Dos 18 integrantes, segundo Odair José, apenas cinco pessoas, além de Marcelo, eram do círculo da cocaína. Dos envolvidos, 15 estão detidos e três são foragidos (veja nesta página). Marcelo foi transferido do Presídio da Papuda, em Brasília, para Goiás, dias depois da prisão. Atualmente, segundo o titular da Denarc, encontra-se no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional, em Aparecida de Goiânia.

Celulares

Parte da droga apreendida
De acordo com as informações divulgadas ontem pela Polícia Civil, os integrantes da organização criminosa desbaratada pela Operação Esmeralda – em referência ao apelido ‘Zói Verde’, do chefe Marcelo Oliveira – dispunham de aparelhos celulares e números que eram utilizados para conversarem somente entre si, sendo proibida a utilização para conversa com terceiros. Tanto os aparelhos quanto os números eram trocados a cada 20 ou 30 dias. Foram apreendidos, em poder da quadrilha, mais de cem celulares e igual quantidade de chips. Os nomes e os CPFs utilizados para cadastramento, junto às operadoras, eram retirados de uma lista – apreendida na residência do líder da quadrilha – do site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), de doadores para campanha eleitoral de políticos.




Mudança de nome em cartório 


Marcelo Oliveira, o Zói Verde, foi condenado definitivamente pela Justiça, no ano de 2000, a 21 anos de prisão, por latrocínio (roubo seguido de morte). Ele cumpriu alguns anos da pena em regime fechado, progredindo ao semiaberto, de onde foragiu.

Em 2007, o suposto chefe da organização criminosa desarticulada em Goiás e no Distrito Federal foi preso em flagrante delito e passou a responder a duas ações penais pelo crime de tráfico de drogas. “Causa estranhamento o fato de, após conseguir liberdade provisória no ano de 2008, os processos terem desaparecido do Poder Judiciário, onde estão sendo restaurados”, ressalta Odair José Soares.


Conforme o delegado, ao ser preso, em 2007, Marcelo Gomes de Oliveira utilizava o nome falso de Marcelo Gomes de Aguiar. Já em 2011, passou a utilizar também o nome José Marcelo Rodrigues de Morais, com o qual adquiriu veículos e movimentou contas bancárias – 16 ao todo. “Para nossa surpresa, apesar de seu passado criminoso, o suspeito conseguiu uma ação judicial difícil para muitas pessoas: em 2013, ele protocolou uma retificação de nome perante a Comarca de Aruanã e passou, então, a se chamar José Marcelo Gomes de Oliveira”

Fonte: Polícia Civil/O Popular

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