quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Prefeito de Goiânia Paulo Garcia Deixa CAIS Funcionando Sem Médico


O vidraceiro Amilton Duarte travou a coluna ao subir no parapeito de um prédio de 16 andares para instalar uma janela. Ele não consegue andar direito por causa das fortes dores e vai continuar assim até que consiga atendimento médico especializado, o que não foi possível na noite de terça-feira (8) nem na manhã de quarta-feira (9). “Estou com muita dor na coluna, na região lombar. Até agora não vi ninguém ser chamado, para ser atendido por médico”, conta Amilton, do lado de fora do Centro de Assistência Integrada à Saúde (Cais) do Setor Vila Nova. 

Na noite anterior, ele já havia passado pelo Cais do Setor Cândida de Morais e não foi atendido. Resolveu tentar atendimento do outro lado da cidade, no Cais do Setor Vila Nova. “Lá no Cândida de Morais, às 19h30 eles liberaram os pacientes porque o médico não queria dobrar o plantão. Como fui pra casa e passe muito mal, vim para cá hoje pela manhã”, relata o vidraceiro. Segundo funcionária, médicos faltam ao serviço por conta de baixos salários Amilton ouviu da atendente do Cais a mesma resposta que a equipe da Rádio 730 obteve ao procurar atendimento: “Não tem médico na emergência”. Sem saber que estava sendo gravada, a funcionária contou o motivo da falta de médicos. “Os médicos que estavam aqui não vêm mais porque reclamam dos salários curtos pagos pelo Município.” 

Busca pelo atendimento

 Com suspeita de dengue, a faturista Liana Cristina sofre com dores por todo o corpo, que já está todo coberto por manchas avermelhadas. Antes de procurar atendimento no Cais Vila Nova ela havia tentado uma consulta na unidade de saúde do Urias Magalhães. “Aqui no Vila Nova tem um atendimento melhor. Não é igual ao do Urias, o pior que eu fui; mas entre os piores, ele é o mais aceitável.” Ela aguardava há mais de 40 minutos do lado de fora do Cais para ser atendida. 

Novo Mundo 

Paulo Garcia Prefeito de Goiânia
A reportagem da Rádio 730 também foi a outro Cais não muito distante dali. A situação era parecida: também não havia médico na unidade. A reportagem flagrou a pessoa responsável pelo atendimento avisar aos pacientes os dias em que não deveriam procurar o posto de saúde: “Segunda e sexta não está tendo médico.” Aviso que não tem surtido efeito. “O povo até vem, mas quando chega aqui, dá de cara com a porta.” A recepcionista conta, sem saber que está sendo gravada, que os médicos que haviam na instituição eram contratados pela Prefeitura de Goiânia que e deixaram o cargo para dar lugar aos médicos aprovados no concurso público do ano passado. Mas entre saída de um e contratação do outro que mais sofre é a população. É o caso do vidraceiro Wellington Alves, de 30 anos. Ele passava mal desde as 7 horas da manhã na porta do Cais Novo Mundo com diárreia, dores pelo corpo, vômitos e sensação de fraqueza. “Não sei o que pode estar acontecendo comigo, mas eu preciso ser atendido. Parece que tem um médico lá dentro, mas não sabemos se está atendendo. Já tem três horas que cheguei e ninguém entrou no consultório para ser atendido.” A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde reconhece o problema de Goiânia quanto à falta de médicos e argumenta que os profissionais não querem trabalhar na rede pública por causa dos baixos salários e que os recém-formados estão migrando para outros Estados. Segundo a assessoria, os médicos aprovados no concurso público realizado no ano passado deverão ser chamados imediatamente, assim aqueles que assinaram novos contratos com o município. A superlotação das unidades de saúde da capital não seria, segundo a assessoria, resultado apenas da falta de médicos, mas do fato de Goiânia ser um centro de recepção de pacientes de todo o Estado. Fonte: Rádio 730

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